ALEXANDRE VENERA: um desbravador nas artes

Alexandre Venera dos Santos | Imagem extraída do Blog “www.nuteparatodos.wordpress.com”, de Édio Ranieri, grande entusiasta e divulgador do trabalho do Alexandre.

O Instituto de Artes Integradas de Blumenau, lamenta profundamente o falecimento de Alexandre Venera, na quinta-feira, dia 22 de junho, aos 66 anos, vítima de infarto agudo.  O sepultamento será sábado, dia 24 de junho, às 10h, no Cemitério da Rua Bahia – Blumenau.

Perdemos um amigo do coração, um artista completo que atuou em várias áreas da arte.  Entre idas e vindas de grupos em Blumenau, em 1984, surge a criação do Núcleo de Teatro e Escola – NuTe, ligado ao  Teatro Carlos Gomes. Nas décadas de 1980 e 1990, o Núcleo de Teatro Experimental NuTE (1984), coordenado por Alexandre Venera dos Santos e todo seu coletivo, apresentou seu primeiro espetáculo como parte de um projeto “Hoje  tem Teatro”, com a encenação de peças curtas, apresentadas num só programa. Foram encenadas “Nariz Novo”, de Robert Thoma(tradução de Caminha Junqueira), “Reencontro”, de Rubem Fonseca, e a “Dama  de Copas e o Rei de Cuba”, de Timochenco Wehbi. O evento  encerrou  com a Equipe de  Mímica, da ADR da Sul Fabril, dirigida pelo saudoso Wilfried Krambeck. Após esta experiência,  foram programados  para ocupar os espaços ociosos  do Teatro  Carlos Gomes,  “Pantomimas”, “3 Terças tem Teatro”, “ Classe Glacê”, “O mendigo e o Cão Morto”, “ Veias Cativas”, ”21 Cadeiras” e o “Túnel”, entretanto o mais polêmicos  dos espetáculos foi “ O Homem do Capote e Outros Seres” que foi apresentado no Festival Catarinense de Teatro Amador, em 1987.  Esse movimento teve grande importância na atuação do teatro na cidade  de Blumenau, especialmente nas décadas de 1980 e 90, através dos Jogos de Teatro denominado de Jote-TicTac. A proposta contribuiu significativamente para a criação desde texto à representação; uma proposta  em que  atores, diretores, dramaturgos e produtores  são estimulados através de competições que premiavam peças de curta duração, concebidas  montadas e apresentadas num mesmo final de semana.

Alexandre, foi e será sempre uma inspiração para o fazer teatral de nossa cidade e nosso Estado.

Desenvolveu, também, trabalhos como o “oPio Óptico” e “8/80 Pixels”, além outras incursões nas artes digitais.

Um artista muito além de seu tempo e um grande ser humano.