UMA OFICINA PARA “VER ALÉM DA VISÃO”

Alunos chegam vendados para ouvir a história | foto: Carlos Pimpão

Alunos da Escola Básica Municipal Professora Zulma Souza da Silva, em Blumenau, viveram uma experiência fascinante. De olhos vendados, ouviram uma história explorando os sentidos como olfato, paladar, tato e audição. As reações foram as mais inusitadas e a experiência prendeu a atenção das crianças do início ao fim.

Usando o tato para conhecer o personagem da história | foto: Carlos Pimpão

A Sociedade Cultural Amigos do Centro Braille de Blumenau – ACBB, apresentou a história “Menina Bonita do Laço de Fita”, lida em um livro em Braille pela oficinante cega, Eliana Vanzuita. Enquanto a trama se desenrolava, os elementos da história eram vivenciados pela plateia, comendo azeitonas, bebendo café, sentindo as formas dos personagens e ouvindo os sons de um pau de chuva, passos, palmas e diálogos; tudo com o apoio da oficinante, Patrícia Manetta, que tem baixa visão, e da diretora técnica da ACBB, Eliane Luchini.

Eliane Luchini usa o pau-de-chuva para estimular a audição | foto: Carlos Pimpão

Os alunos entenderam como vive uma pessoa cega ou de baixa visão e despertaram os outros sentidos para perceber o mundo. Ao serem perguntadas sobre a experiência, todas foram enfáticas ao expressar o quanto gostaram desta nova forma de ouvir uma história.

Patrícia Manetta aproveitou para ensinar o que significam as diferentes cores da bengala: verde para pessoas de baixa visão, branco pra quem é cego e branco com vermelho para sinalizar que a pessoa tem deficiência visual e auditiva. Ela também ensinou como oferecer ajuda a um cego ou cega, aconselhando a apresentar-se primeiro e depois oferecer seu braço como guia, jamais tocando a pessoa com deficiência visual para não assustá-la.

Patrícia Manetta ensina sobre a bengala e como ajudar um cego | foto: Carlos Pimpão

Para as crianças foi um grande aprendizado e para as oficinantes da ACBB, mais uma importante oportunidade de combater preconceitos e promover a inclusão. “É nesta idade que precisamos trabalhar, para garantir que as próximas gerações sejam livres de atitudes discriminatórias, aceitando as diferenças e compreendendo que a deficiência não é um limite para a produtividade e convivência em sociedade”, ressalta Eliane Luchini.

Eliana Vanzuita lê história em Braille | foto: Carlos Pimpão

A oficina “Sentindo História – da literatura à inclusão”, faz parte da programação do Festival Nacional de Teatro para Crianças e Jovens de Blumenau – Fenatib, em parceria entre o Instituto de Artes Integradas – Inarti, Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais e Sociedade Cultural Amigos do Centro Braille de Blumenau – ACBB.

Assessoria 24º FENATIB
(47) 99188-0446 | Miriam Mesquita
(Jornalista | 0007004/SC)